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Enem: tudo o que você precisa saber sobre o exame

Veja quais são os conteúdos mais frequentes das provas e como são divididas, de que forma é calculada a nota final e confira o calendário da avaliação

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Enem! A sigla que designa o Exame Nacional do Ensino Médio é uma das palavras que os estudantes mais ouvem (e, em muitos casos, temem), sobretudo aqueles que estão no último ano do Ensino Médio ou já terminaram esse nível de ensino. E não é para menos!

O exame, aplicado anualmente pelo Ministério da Educação (MEC), representa hoje a principal forma de acesso ao Ensino Superior.

NAVEGUE PELOS CONTEÚDOS

O que é e para que serve o Enem?

Para responder a essa pergunta, preparamos este artigo que reúne as informações mais importantes sobre o Enem. Esses são os dados que todos os candidatos a uma vaga nas universidades devem ter em mente antes de realizar o exame.

Quem inventou o Enem? E como ele surgiu?

O Enem surgiu pela primeira vez em 1998, durante a gestão do ministro da Educação Paulo Renato Souza, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. O objetivo era medir os conhecimentos que os alunos adquiriram durante o Ensino Médio para elaborar políticas públicas capazes de melhorar a educação brasileira.

O exame passou a servir como ferramenta de ingresso para o Ensino Superior apenas em 2004, quando algumas universidades começaram a utilizar (parcialmente) a nota da prova em seus processos seletivos.

Em 2009, sob o comando de Fernando Haddad, ministro da Educação do 2º Governo Lula, introduziu-se o novo modelo de prova do Enem, que passou a se dividir em dois dias, contendo 180 questões objetivas e uma proposta de redação.

Adotou-se ainda a Teoria da Resposta ao Item (TRI), metodologia utilizada para medir o conhecimento individual dos candidatos e calcular a nota do exame. Esta nota, por sua vez, é o caminho  para conseguir uma vaga no Ensino Superior. 

Dessa maneira, em 2010, com o desenvolvimento do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Enem passou a substituir o vestibular da maioria das universidades públicas (sobretudo as federais) e tornou-se o exame educacional mais completo do Brasil. O Enem 2023 registrou quase 4 milhões de inscritos. O número é cerca de 13,1% maior em relação à edição anterior.

Gráfico de linha com dados do número de inscritos do Enem por ano. Em 2009, foram 4.148.720. Em 2010, foram 4.626.094. Em 2011, foram 5.380.856. Em 2012, foram 5.791.065. Em 2013, foram 7.173.563. Em 2014, 8.722.248. Em 2015, 7.746.427. Em 2016, 8.627.367. Em 2017, 6.731.341. Em 2018, 5.513.747. Em 2019, 5.095.270. Em 2020, 5.783.133. Em 2021, 3.389.832. Em 2022, 3.476.105. Em 2023, 3.933.992.

Como se inscrever no Enem 2023?

As inscrições do Enem acontecem online e de maneira simples, no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Os candidatos devem acessar a Página do Participante e preencher digitalmente o formulário de inscrição, informando CPF, data de nascimento e demais dados.

Nesse momento, o estudante seleciona o idioma (inglês ou espanhol) para a prova de língua estrangeira e solicita o atendimento especializado caso seja necessário.

A Página do Participante reúne todas as informações referentes à inscrição. É lá que o candidato faz o download da guia para pagamento da taxa, tem acesso ao Cartão de Confirmação da Inscrição, consulta os locais de prova e, posteriormente, consegue ver os seus resultados.

Quem pode se inscrever no Enem?

Qualquer pessoa que já concluiu ou está concluindo o Ensino Médio pode se inscrever no exame.

No entanto, os participantes que ainda não finalizaram esse nível de ensino podem participar como treineiros. Neste caso, os resultados servem somente para autoavaliar os conhecimentos e ajudar na preparação para o ano seguinte.

Quanto é a taxa de inscrição do Enem 2023?

O valor da taxa de inscrição de 2023 foi de R$ 85 -- exceto para aqueles se enquadraram nos critérios de isenção (os concluintes do Ensino Médio em escolas públicas, por exemplo).

O valor é o mesmo desde a edição de 2019. E atualmente é possível realizar o pagamento da taxa de inscrição via boleto, cartão de crédito e PIX.

Isenção de taxa no Enem

O site do Inep indica o seguinte caminho:

  • acessar a Página do Participante e clicar no botão "Justificativa de ausência/isenção”;
  • informar os dados pessoais (data de nascimento, CPF, telefone);
  • ler atentamente os critérios para realizar o pedido de isenção da taxa de inscrição;
  • se o participante se encaixar nos requisitos, deve clicar em "Li e concordo" e, posteriormente, em "Próximo";
  • indicar qual é a sua situação financeira, seguindo as orientações do formulário;
  • confirmar as informações e enviar o seu pedido de isenção.

Quem pode solicitar isenção da taxa de inscrição do Enem?

Para solicitar a isenção da inscrição do Enem, os candidatos devem seguir alguns critérios. São eles:

  • estar cursando o último ano do Ensino Médio em escola da rede pública;
  • ter cursado todo o Ensino Médio em escola da rede pública ou como bolsista integral na rede privada, e ter renda per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo;
  • viver em situação de vulnerabilidade socioeconômica, comprovada por meio do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), e ter renda per capita de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal de até três salários mínimos.

O que acontece se eu faltar no Enem?

Caso você falte no primeiro dia do Enem, ainda poderá fazer a prova do segundo dia. Essa é uma recomendação do Inep para candidatos isentos da taxa de inscrição e que não querem perder esse benefício no próximo ano. No entanto, a nota obtida não poderá ser utilizada em processos seletivos para acesso ao Ensino Superior, apenas para fins de autoavaliação.

Mas caso você falte apenas no segundo dia, é permitido se inscrever em programas do SiSU, Prouni e FIES. Mas lembre-se de que terá uma nota mais baixa por ter apenas a pontuação de um único dia de prova! Isso dificulta as chances de ser aprovado.

Como justificar a ausência do ano anterior?

A justificativa deve ser feita no ato da inscrição do Enem do ano seguinte. Ela deve ser feita apenas pelos candidatos que receberam isenção da taxa de inscrição no ano anterior, mas não compareceram aos dois dias de prova e agora desejam solicitar uma nova isenção. Para isso, é necessário enviar documentos que comprovem o motivo da falta.

É importante lembrar que ter o pedido de isenção ou da justificativa de ausência aprovados não garante a inscrição no exame. Todos precisam se inscrever por meio da Página do Participante.

É possível solicitar a reaplicação da prova do Enem?

A reaplicação da prova do Enem pode ser solicitada pelos candidatos que foram:

  • afetados por problemas logísticos durante a aplicação do exame;
  • acometidos por doenças infectocontagiosas na semana anterior ao primeiro ou segundo dia de prova;
  • alocados em locais de prova com distância superior a 30 km da residência informada na inscrição.

Como solicitar a reaplicação do exame?

A solicitação de reaplicação deve ser feita online na Página do Participante em até cinco dias úteis após o último dia de aplicação, ou seja, em 2023, foi entre 13 e 17 de novembro.

Calendário do Enem 2023: confira as principais datas do exame

As datas do Enem 2023 se organizam da seguinte maneira, de acordo com o cronograma do Enem 2023:

Enem 2023 - Aplicação regular

  • Inscrições: de 5 a 16 de junho
  • Solicitação de atendimento especializado e tratamento pelo nome social: 5 a 16 de junho
  • Pagamento da taxa de inscrição: 5 a 21 de junho
  • Aplicação da prova: 5 e 12 de novembro
  • Divulgação do gabarito: 14 de novembro
  • Divulgação dos resultados: 16 de janeiro de 2024

Enem 2023 - Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL) e Reaplicação do Enem Regular

  • Inscrições: 9 de outubro até 27 de outubro de 2023
  • Aplicação: 12 e 13 de dezembro de 2023
  • Divulgação do gabarito: 27 de dezembro de 2023
  • Divulgação dos resultados: 16 de janeiro de 2024

⚠️ Os resultados dos participantes treineiros serão divulgados 60 dias após a divulgação dos resultados do exame regular. Ou seja, em meados de março.

Como consultar o local de provas do Enem

Os locais de prova podem ser consultados na Página do Participante. É necessário informar o número do CPF e a senha cadastrada.

Uma vez dentro da Página do Participante, você deve procurar pelo CARTÃO DE CONFIRMAÇÃO DE INSCRIÇÃO. No menu lateral, clique na opção "APLICAÇÃO" e, depois, em "LOCAL DE PROVA".

Como funciona a prova do Enem? Como ela é dividida?

Atualmente, o Enem é composto por quatro provas objetivas com questões de múltipla escolha e uma redação. As disciplinas abordadas são:

Primeiro dia (prova com duração de 5 horas e 30 minutos)

  • Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: Língua Portuguesa, Literatura e Língua estrangeira (Inglês ou Espanhol)
  • Ciências Humanas e suas Tecnologias: História, Geografia, Filosofia e Sociologia
  • Redação: texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo

Segundo dia (prova com duração de 5 horas)

  • Matemática e suas Tecnologias
  • Ciências Naturais e suas Tecnologias: Biologia, Química e Física

Quantas questões tem a prova do Enem?

A prova do Enem possui 180 questões de múltipla escolha, com cinco alternativas cada. São 45 questões para cada grande área do conhecimento.

Quais são os horários da prova do Enem 2023?

Confira o cronograma para não correr o risco de se atrasar!

  • 12h: abertura dos portões
  • 13h: fechamento dos portões
  • 13h às 13h30: realização dos procedimentos de segurança e identificação
  • 13h30: início das provas
  • 19h: fim das provas no primeiro dia
  • 18h30: fim das provas no segundo dia

Os candidatos só poderão levar o caderno de provas caso permaneçam na sala até 30 minutos antes do encerramento (ou seja, 18h no primeiro dia e 18h30 no segundo dia).

Desde 2018, o Ministério da Educação estendeu o segundo dia de provas em mais 30 minutos, totalizando cinco horas de duração.

O que levar no dia da prova do Enem?

Existem itens obrigatórios como:

  • documento original com foto
  • caneta esferográfica, de tinta preta, fabricada de material transparente
  • número de inscrição (anotado ou decorado)
  • declaração de comparecimento impressa, se precisar justificar a ausência no trabalho

Além disso, sugerimos que o candidato leve garrafa de água, lanches fáceis (chocolate, frutas, barrinha de cereal) e álcool em gel. Lembrando que os fiscais de prova podem revistar esses lanches.

As máscaras, que foram obrigatórias durante a pandemia, agora não são mais necessárias.

E o que não levar?

Durante o exame, alguns itens são proibidos:

  • dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets, calculadoras, agendas eletrônicas, gravadores, alarmes, chaves com alarme ou com qualquer componente desse tipo;
  • óculos escuros e artigos de chapelaria, como boné, chapéu, viseira, gorro ou similares;
  • canetas de material não transparente, lápis, lapiseira, borrachas, réguas, corretivos, livros, manuais, impressos e anotações;
  • protetor auricular e qualquer tipo de relógio;

Caso o estudante leve qualquer um desses itens, deve colocá-los dentro do envelope porta-objetos, fornecido pelo aplicador, ao ingressar na sala de provas.

Os dispositivos eletrônicos devem permanecer desligados. De acordo com o edital, caso o aparelho eletrônico, ainda que dentro do envelope porta-objetos, emita qualquer tipo de som, como toque ou alarme, o participante será eliminado do Exame.

Como se preparar para os dias que antecedem a prova do Enem?

Os estudantes se preparam para o Enem durante todo o Ensino Médio. Mas conforme a data da prova se aproxima, a ansiedade e o medo aumentam.

Mil dúvidas surgem no período que antecede o exame: E se eu me esquecer de uma fórmula durante a prova? O que eu preciso revisar? O segredo para uma boa revisão do Enem nas semanas que antecedem o exame é definir metas possíveis de estudo, não postergar as atividades e evitar distrações do ambiente ou dos eletrônicos. Priorize os conteúdos que aparecem com mais frequência na prova.

O que fazer um dia antes do Enem?

O importante é ter equilíbrio nos dias que antecedem o Enem. Isso inclui descanso, alimentação saudável, sono adequado (no mínimo, 8 horas diárias) e momentos de lazer.

Aproveite para organizar a alimentação e os materiais que levará para a prova. Selecione o que irá vestir e faça refeições leves. Durma cedo para garantir disposição e concentração no dia seguinte.

O que fazer no dia do Enem

Procure acordar relativamente cedo, com tempo suficiente para se preparar com tranquilidade e organizar os itens que separou no dia anterior. Também é importante manter-se hidratado e fazer uma refeição equilibrada. Evite alimentos pesados ou muito diferentes do que você está acostumado.

Outro ponto fundamental é sair de casa com bastante antecedência para não correr o risco de se estressar com o trânsito ou com o horário. Lembre-se de que os portões de acesso aos locais de provas abrem às 12h e fecham às 13h (horário de Brasília). A aplicação do exame começa às 13h30.

💡 Uma dica é visitar o local de prova nos dias que antecedem o exame para avaliar o tempo de trajeto e evitar possíveis atrasos.

O que mais cai na prova do Enem?

Elaborado e aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do MEC, o Enem é estruturado a partir de matrizes de referência, baseadas no currículo do Ensino Médio. 

Há 5 eixos cognitivos comuns a todas as áreas do conhecimento:

  • dominar linguagens
    conhecer a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica e das línguas espanhola e inglesa. 
  • compreender fenômenos
    construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos históricos e geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
  • enfrentar situações-problema
    selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema. 
  • construir argumentação
    relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente. 
  • elaborar propostas
    recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

Além disso, cada área tem a sua matriz específica, composta por competências e habilidades.

Por exemplo, em Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, uma das competências é "confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas" e uma das habilidades, "inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.”

Assim, as questões do Enem estão ligadas a um eixo cognitivo, a uma competência e a uma habilidade, previstos na matriz de referência.

O que mais cai em Ciências Humanas?

A prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias compreende as disciplinas de História, Geografia, Filosofia e Sociologia.

Temas mais frequentes de História

  • Idade Moderna: colonização da América, Absolutismo, Mercantilismo e Grandes Navegações.
  • Século 21: questões relacionadas à historiografia, explicação de acontecimentos recentes, como questões sociais, políticas ou econômicas.
  • Brasil Colônia: cultura dos povos africanos trazidos como escravos às Américas, as populações originárias americanas e seus conflitos com os europeus, a formação do território brasileiro e seus ciclos econômicos.
  • Estado Novo e Populismo: 15 anos (1930-1945) do primeiro governo e da ditadura de Getúlio Vargas, os 19 anos seguintes de República no Brasil e o começo da Ditadura Civil-Militar (1945-1964). Planos desenvolvimentistas de Juscelino Kubitschek e a mudança socioeconômica do país.
  • Idade Média: estrutura social feudal, a religião durante as Eras Medievais e as transformações sociais que marcaram a Baixa Idade Média.

Temas mais frequentes de Geografia

  • Geopolítica: Conflitos, globalização e até mesmo geografia econômica, que envolvem as relações comerciais e suas influências. No Enem, costuma-se cobrar o papel dos países na dinâmica global, ou seja, como as nações estão inseridas no comércio internacional e na produção de commodities, bens e mercadorias.
  • Análises do contexto mundial: Assuntos referentes aos continentes e às regiões aparecem como ambientação, uma espécie de cenário para que os vestibulandos desenvolvam suas percepções.
  • Espaço agrário: As transformações tecnológicas são muito abordadas em Geografia no Enem. A globalização atingiu todos os espaços, até mesmo os rurais, só que de maneiras e intensidades diferentes, no que refere às questões fundiárias, precarização do trabalho e políticas voltadas à produção de alimentos para a exportação.
    A Revolução Verde, que ocorreu entre as décadas de 60 e 70, também propiciou a modernização no campo em escala mundial. No Brasil, o objetivo foi promover o aumento da produtividade do setor agropecuário, o que contribuiu para transformar o modo de vida agrário. No entanto, ocorreu no aspecto produtivo (com tratores, tecnologias e insumos), e não em questões fundiárias.
    Além disso, é fundamental entender o espaço do campo como uma continuidade dos espaços urbanos, e não de forma dissociada.
  • Espaço urbano: processos como segregação socioespacial, gentrificação e conurbação.
  • Geologia: Conteúdos como placas tectônicas, tectonismo, rochas, estruturas geológicas e geologia do Brasil estiveram presentes em várias edições do Enem.

Temas mais frequentes de Filosofia

  • Filosofia antiga: Aborda os três autores clássicos gregos: Sócrates, Platão e Aristóteles. E também os pré-socráticos Tales de Mileto, Anaximandro, Anaxímenes, Pitágoras, Heráclito, Empédocles, Anaxágoras e Demócrito.
  • Filosofia moderna: discussões entre racionalismo e empirismo. De um lado, René Descartes defende as ideias do racionalismo; do outro, os filósofos John Locke e David Hume argumentam a favor do empirismo. Autores que também fazem parte desse período e já apareceram na prova foram o empirista Francis Bacon e o criticista Immanuel Kant.
  • Mal e justiça: os filósofos que pensam sobre a questão do mal e da justiça são Michel Foucault, John Rawls e Hannah Arendt. Eles são pensadores contemporâneos, que viveram entre os séculos 20 e 21.
  • Filosofia política moderna: Os filósofos da teoria política moderna são Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau. Maquiavel geralmente aparece com a sua obra O Príncipe. Os filósofos contratualistas apresentam diferentes visões sobre as mesmas “pautas”, que são: o estado de natureza, o contrato social e as formas de governo.
  • Filosofia medieval: Uma de suas características principais é que ela se mistura com a tradição religiosa do cristianismo por conta do período histórico em que se encontra. Os filósofos da época tentam conciliar a fé e a razão em busca de provar a existência de Deus. Os dois principais teóricos da época são Tomás de Aquino e Agostinho de Hipona.

Temas mais frequentes de Sociologia

  • Estado e cidadania: formação do Estado moderno, o conceito de cidadania, além da relação entre Estado e poder. Funcionamento dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e suas atribuições, além de saber o que se destaca na Constituição do país (entendendo quais são os direitos e deveres dos cidadãos e do Estado).
  • Movimentos sociais: O movimento feminista guiou a luta pelo sufrágio feminino; já o movimento negro esteve à frente dos esforços pelas leis que criminalizam o racismo, pela lei de cotas nas universidades públicas e pela obrigatoriedade de incluir o estudo da história e da cultura afro-brasileira no currículo oficial das escolas.
  • Cultura e sociedade: Patrimônio material e imaterial, etnocentrismo, indústria cultural, diversidade, relativismo, determinismo e estruturalismo cultural são alguns dos assuntos que aparecem no contexto desse grande tema.
  • Sociologia brasileira: manifestações culturais do país. 
  • Sociologia contemporânea: globalização, multiculturalismo, identidade, consumo, tecnologia, violência, meio ambiente e poder.

O que mais cai em Ciências da Natureza?

A prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias compreende as disciplinas de Biologia, Química e Física.

Temas mais frequentes de Biologia

  • Ecologia: impactos ambientais e a sua relação com o cotidiano, poluição das águas, problemas da agropecuária e geração de resíduos sólidos. A ecologia clássica é bastante requisitada em assuntos como relações ecológicas, ciclos biogeoquímicos, fluxo de energia, etc.
  • Fisiologia humana: funcionamento dos sistemas, principalmente digestório, circulatório e endócrino.
  • Botânica: fisiologia vegetal, processos de nutrição, principais hormônios vegetais e fotoperiodismos. É importante também estar afiado na anatomia e na histologia das plantas, entendendo como funcionam nos diferentes grupos vegetais.
  • Citologia: é dentro da citologia que falamos sobre a membrana plasmática, responsável pela permeabilidade da célula. Outras estruturas, suas funções, localização e atuação nos processos celulares também costumam cair.
  • Bioenergética: Sobre as mitocôndrias, você precisa conhecer as particularidades delas (ter DNA próprio, por exemplo) e saber como ocorre o processo de respiração celular. Questões de fotossíntese costumam aparecer bastante, mas basta ter uma ideia das etapas para mandar bem na prova.

Temas mais frequentes de Química

  • Propriedade dos compostos orgânicos: É comum aparecer solubilidade, pontos de fusão e ebulição, e moléculas orgânicas para que o candidato determine a qual delas pertence a descrição feita no comando da questão.
  • Eletroquímica: Pilhas e diferença de potencial (DDP) são alguns queridinhos. As questões costumam cobrar três aspectos: cálculo do DDP de uma pilha ou reação de oxirredução a partir das semirreações; determinação de quais metais devem ser usados para gerar um potencial específico; identificação dos componentes de uma pilha. Para todas elas é necessário conhecer as reações de oxirredução e como funciona uma pilha (ânodo e cátodo).
  • Separação de misturas: como separar tanto misturas heterogêneas (que apresentam mais de uma fase) quanto misturas homogêneas (que apresentam apenas uma fase).
  • Cinética química: catalisadores, tempo de meia-vida e fatores que interferem na velocidade das reações químicas.
  • Reações orgânicas: neutralização, esterificação, transesterificação, oxirredução, saponificação, fermentação, adição, eliminação e outras.

Temas mais frequentes de Física

  • Eletrodinâmica: equipamentos elétricos e circuitos domésticos costumam aparecer com frequência. É importante entender o significado e como calcular tensão, resistência, corrente, potência elétrica e, principalmente, resistência equivalente a partir de uma associação de resistores.
  • Termologia: conceito de calor, suas formas de transmissão (condução, convecção e irradiação) e a diferença entre calor e temperatura. Na termologia, existe ainda calorimetria, especialmente quando se fala em equilíbrio térmico. Saber como usar a equação fundamental da calorimetria, chamada de calor sensível, pode te ajudar!
  • Ondulatória: velocidade, frequência e comprimento de onda são assuntos comuns. Estude como identificar fenômenos ondulatórios em situações cotidianas, principalmente difração, interferência, ressonância e efeito doppler. Vale ressaltar, para isso, a importância de diferenciar uma onda eletromagnética de uma onda mecânica. Também é importante estudar ondas estacionárias e suas aplicações.
  • Cinemática: movimento circular, além de fundamentos da cinemática, movimento uniformemente variado e lançamentos. As funções horárias também são essenciais para resolver as questões de cinemática, assim como os conceitos de velocidade, velocidade média e aceleração.
  • Óptica: Este é o campo que estuda os fenômenos relacionados à luz, óptica geométrica e a óptica ondulatória. A primeira estuda os fenômenos luminosos utilizando raios de luz, enquanto a segunda usa os fenômenos ondulatórios para explicar comportamentos da luz, como a polarização e a interferência.

O que mais cai em Linguagens e Códigos?

A prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias conta com 45 questões distribuídas entre as disciplinas de Língua Portuguesa, Literatura e Língua estrangeira que, por opção do candidato, podem ser Inglês ou Espanhol.

Temas mais frequentes de Língua Portuguesa

  • Gêneros textuais: identificação dos gêneros dos textos apresentados. Uma dica é estudar a tipologia textual!
  • Gramática e interpretação: Para otimizar o seu tempo durante a prova, faça a leitura do enunciado, identifique o conteúdo abordado, elimine alternativas absurdas e leia o texto (se necessário).
  • Interpretação de poemas: a prova de Linguagens inclui a Literatura e boa parte das questões consiste na interpretação de poemas. Em algumas delas, fazer essa classificação entre Português ou Literatura pode ser difícil, mas não se preocupe com isso. Então, quando um poema aparecer, use seus conhecimentos de ambas as matérias.
  • Contexto e imagens: as imagens na prova do Enem auxiliam no momento de interpretar a questão. É possível eliminar alternativas que não se encaixam, principalmente quando no enunciado traz as frases "segundo a imagem" ou "a imagem e o texto".
  • Linguagem culta e coloquial: além de estar entre os assuntos de Português que mais caem no Enem, essa abordagem da variação linguística e da linguagem culta e coloquial é uma das competências e habilidades da prova.

Temas mais frequentes de Literatura

  • Literatura Contemporânea: compreende o período do final do Modernismo até os dias atuais. Autores como Luis Fernando Verissimo e Ferreira Gullar marcam presença com, respectivamente, crônicas e poesia social.
  • Modernismo: as três gerações do movimento brasileiro marcam presença: Segunda geração modernista (geração de 30), Terceira geração modernista (geração de 45) e Primeira geração modernista (heroica).
  • Música brasileira, interpretação de poemas e texto em prosa, como contos: na música, os nomes mais importantes do Tropicalismo (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e Gal Costa) se destacam.
  • Escolas literárias: Entre as escolas literárias, se destaca o Realismo, visto que Machado de Assis faz parte deste período e é muito comum (e frequente) nas edições do Enem.
  • Introdução à Literatura: podem aparecer figuras de linguagem, textos dramáticas ou teatrais.

Temas mais frequentes de Língua Estrangeira

Os assuntos mais comuns são gramática e interpretação, que podem aparecer como textos da internet, textos literários, textos jornalísticos, textos publicitários, charges e cartoons.

O que mais cai em Matemática e suas Tecnologias?

  • Matemática básica: números inteiros, frações, números decimais, potenciação, radiciação, transformação de unidades, equações do 1º e 2º grau, porcentagem, razão, proporção e regra de três.
  • Estatística: gráficos e tabelas, que frequentemente usam de medidas de tendência central ou medidas de dispersão para representá-los de maneira mais objetiva. Saiba diferenciar moda, média e mediana porque os valores podem variar de uma para outra.
  • Geometria espacial: geometria de posição, prismas e cilindros, como volumes e áreas.
  • Geometria plana: polígonos regulares, circunferência e círculo, áreas de figuras planas e perímetro.
  • Funções: Funções do 1º e 2º grau, análise de crescimento e decrescimento de funções, inequações e análise de máximos e mínimos são os assuntos que mais aparecem.

Cada uma das disciplinas que caem no Enem tem suas questões de maior ou menor incidência, e saber sobre isso pode ajudar na hora de estudar. Todo ano, o Aprova publica um relatório completíssimo sobre os assuntos mais frequentes no Enem, exclusivo para assinantes da plataforma.

Como são elaboradas as questões do Enem?

As questões do Enem são elaboradas por especialistas selecionados pelo Inep. Após escritas, as perguntas são revisadas e testadas em escolas pelo país, de forma sigilosa.

A aplicação permite avaliar a dificuldade, o grau de discriminação (que diferencia níveis de proficiência) e a probabilidade de acerto ao acaso de cada questão. Os itens aprovados são adicionados ao Banco Nacional de Itens (BNI) e ficam disponíveis para futuras edições do exame.

As questões da prova do Enem são selecionadas no fim do primeiro semestre do ano, por especialistas do Inep, com a ajuda de professores do Ensino Básico e Superior. As perguntas são escolhidas de forma que o nível de dificuldade das provas seja o mesmo todos os anos. Assim, é possível medir e comparar o desempenho dos candidatos em anos diferentes.

Questões mais polêmicas do Enem 2023

Apesar dos procedimentos e esforços para selecionar as perguntas que irão avaliar o conhecimento dos candidatos, algumas polêmicas ainda surgiram na edição do Enem 2023. A principal foi a anulação da questão sobre a gripe A-H1N1 -- 177 do caderno amarelo, 164 do azul, 138 do rosa e 169 do cinza -- por ter sido utilizada no Enem PPL em 2010.

Outro motivo de questionamento foi a pergunta que abordava o padrão de contagem de um determinado povo indígena -- item 168 do caderno amarelo, 164 do cinza, 179 do azul e 148 do rosa. Uma questão semelhante apareceu no vestibular da Universidade Estadual de Goiás em 2003, mas sem a ilustração. Por isso, a questão foi mantida no Enem 2023.

A Frente Parlamentar da Agropecuária também requisitou a anulação das questões 70, 71 e 89 (referência do caderno cinza) da prova. Segundo a FPA, há viés ideológico na construção das perguntas que dão caráter negativo ao agronegócio. O episódio ocorreu na segunda-feira (6/11) após a aplicação das provas.

Além da anulação, a associação de deputados convocou o Ministro da Educação Camilo Santana para audiências na Câmara dos Deputados e Senado Federal, solicitando as referências bibliográficas utilizadas para a construção do exame.

Na quarta-feira (8/11), o presidente do Inep Manuel Palácios, em debate na Câmara dos Deputados, rebatou os comentários e apresentou dados que comprovam que 86% das questões foram elaboradas ainda durante o governo de Jair Bolsonaro.

Outro episódio que marcou esta edição foi o de Caetano Veloso tentando acertar a resposta da questão que falava sobre suas músicas Alegria, Alegria e Anjos Tronchos. Até o cantor teve dificuldade em resolver a questão e encontrar a resposta correta.

15 estratégias para resolver as questões do Enem de forma prática

Algumas estratégias podem ajudar você a economizar tempo na resolução das questões. Veja as dicas do Aprova Total para usar durante a prova:

  1. Ler o comando da questão antes de fazer uma leitura minuciosa dos textos de apoio.
  2. Observar as respostas antes de resolver a questão. Isso pode dar uma dica do que o enunciado exatamente pede!
  3. Interpretar os elementos visuais, como imagens, gráficos, charges, esquemas, tabelas e mapas.
  4. Considerar o período ou contexto histórico do texto nos exercícios de Ciências Humanas (datas, eventos e acontecimentos descritos).
  5. Analisar se o autor de um texto concorda ou discorda do tema debatido caso a questão solicite identificar a ideia central.
  6. Diferenciar o que é senso comum do que é análise sociológica nas perguntas de Sociologia.
  7. Deixar as questões mais difíceis para o final. Não há problema em pular e, depois, retornar!
  8. Em perguntas de Literatura, relembrar as características de um movimento literário caso seja mencionado na questão.
  9. Atentar-se à palavra ou expressão entre aspas em questões de língua estrangeira. É válido encontrá-lo(a) no texto para entender o contexto e responder à pergunta corretamente.
  10. Saber prefixos e sufixos pode ajudar a resolver os itens de Biologia. Cuidado com termos e sinônimos!
  11. Dar uma "passada de olho" nas questões de Física para identificar o assunto e, caso lembre de alguma fórmula, anotar ao lado do enunciado.
  12. Nos cálculos, destacar as informações ou dados sublinhando ou escrevendo os valores no canto da página.
  13. Resolver questões com enunciado mais curto e direto no início para economizar tempo. Exercícios que exigem mais leitura ou cálculos complexos podem ficar para depois.
  14. Arredondar números ou utilizar estimativas para evitar cálculos detalhados quando possível.
  15. Fazer um intervalo para beber água, respirar, comer um lanche, ir ao banheiro e aliviar a mente.

Não existe uma regra geral para resolver a prova do Enem. A melhor estratégia é aquela que fornece segurança ao candidato e permite o uso do tempo da melhor maneira possível. Outras dicas podem ajudar durante a prova, como dedicar um tempo exclusivo à redação e reservar 30 minutos para preencher o gabarito.

Redação do Enem: como é e como funciona?

A prova de redação exige a elaboração de um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política. Assim, o candidato deve defender um ponto de vista – uma opinião a respeito do tema proposto –, apoiada em argumentos consistentes e estruturados com coerência e coesão.

Além disso, deve trazer uma proposta de intervenção social para o problema apresentado, que respeite os direitos humanos.

O Inep divulga a Cartilha do Participante com informações sobre a redação do Enem todos os anos. Nela, você pode conhecer o processo avaliativo e ler as redações nota 1000 da edição anterior. Vale a pena conferir! 📝

Competências da redação do Enem

A correção considera as 5 competências avaliadas. São elas:

Competência 1: domínio da escrita formal

A competência 1 avalia o domínio do candidato em relação à escrita formal da Língua Portuguesa. Prejudicam a nota os desvios:

  • em convenções da escrita: ortografia, uso do hífen, emprego de letras maiúsculas e minúsculas, e separação silábica;
  • gramaticais: regência e/ou concordância verbal e nominal, tempos e modos verbais, pontuação, paralelismo sintático, emprego de pronomes e crase;
  • de escolha vocabular: palavras usadas sem seu sentido correto e apropriado ao contexto em que aparecem;
  • de escolha de registro: registro informal e/ou de marcas de oralidade.

Competência 2: gênero, proposta e repertório

A competência 2 tem como objetivo entender a proposta de redação e aplicar conceitos de várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.

Essa competência avalia se o candidato demonstrou assertividade em sua ideia ou ponto de vista, sem fuga ou abordagem parcial do tema proposto. Outro aspecto leva em consideração é o repertório sociocultural, seja informação, fato, citação ou experiência vivida pelo candidato.

É vetado copiar trechos dos textos motivadores de apoio. Os conhecimentos próprios devem ser articulados na redação e ajudar a validar o ponto e vista.

Competência 3: autoria

A terceira competência da redação verifica a habilidade de selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. É a competência que avalia a autoria. No Enem, isso é a soma de um bom desenvolvimento das ideias no decorrer do texto.

É necessário que a redação seja autossuficiente e autônoma. Quando você tem dúvida se deve ou não explorar determinado elemento nos seus parágrafos, pense se o texto funcionaria sozinho sem essa explicação.

Para fazer isso, parta sempre do pressuposto de que o leitor é leigo (e preguiçoso) e desconhece o que você está falando. O leitor não pode ser responsável por estabelecer as relações lógicas entre os elementos apresentados no texto. Essa relação precisa ser explicitada pelo candidato.

Competência 4: coesão textual

A competência 4 avalia a capacidade do candidato de demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. Ou seja, o uso dos elementos coesivos na elaboração do texto. Três elementos relacionados à coesão são avaliados: o uso adequado de elementos coesivos, sua presença expressiva e a (não) repetição desses elementos coesivos.

Sobre esse aspecto, há uma regra: pelo menos dois dos quatro parágrafos do texto devem iniciar com um conectivo que relacione esse parágrafo com os demais. Por exemplo, começar o primeiro desenvolvimento com a expressão ‘diante desse cenário’ faz com que o parágrafo ‘atraia’ o contexto apresentado na introdução.

Da mesma forma, iniciar o segundo desenvolvimento com ‘ademais’ ou 'além disso' demonstra a ideia de que se está incluindo um novo argumento. Por fim, iniciar a conclusão com um ‘portanto’ demonstra que aquele será um parágrafo que irá concluir as ideias.

Competência 5: proposta de intervenção

A última competência avalia a capacidade de elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos. A proposta de intervenção se baseia muito mais na sua apresentação do que no quanto ela irá interferir no problema debatido.

Essa competência define cinco elementos apresentados da seguinte maneira:

  1. Ação
  2. Agente
  3. Modo ou meio
  4. Efeito
  5. Detalhamento

O candidato deve pensar em como minimizar o problema (ação), definir quem fará essa ação (agente), como executar (modo ou meio) e o que se espera com a sua execução (efeito). Ele deve explicar ou exemplificar os elementos anteriores, detalhando-os.

Tema da redação do Enem 2023

O tema da redação do Enem 2023 foi “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. Essa é uma questão que ganhou notoriedade após a pandemia, com destaque para os cuidados com crianças que se intensificaram dentro de casa.

A proposta seguiu o padrão do Enem de trabalhar problemas sociais relevantes, mas pouco discutidos. A maior dificuldade para os candidatos foi contemplar todos os elementos apresentados no texto - o desafio, o enfrentamento, a invisibilidade, o trabalho de cuidado e a mulher.

Últimos temas da redação do Enem

Confira uma lista com os outros temas de redação que já apareceram no Enem.

  • 2022: Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil
  • 2021: Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil
  • 2020: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
  • 2019: Democratização do acesso ao cinema no Brasil
  • 2018: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet
  • 2017: Desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil
  • 2017 [segunda aplicação]: Consequências da busca por padrões de beleza idealizados
  • 2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil
  • 2016 [segunda aplicação]: Caminhos para combater o racismo no Brasil
  • 2015: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira
  • 2014: Publicidade infantil em questão no Brasil
  • 2013: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil
  • 2012: Movimento imigratório para o Brasil no século 21
  • 2011: Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado
  • 2010: O trabalho na construção da dignidade humana
  • 2009: O indivíduo frente à ética nacional
  • 2008: Como preservar a floresta Amazônica: suspender imediatamente o desmatamento; dar incentivo financeiros a proprietários que deixarem de desmatar; ou aumentar a fiscalização e aplicar multas a quem desmatar
  • 2007: O desafio de se conviver com as diferenças
  • 2006: O poder de transformação da leitura
  • 2005: O trabalho infantil na sociedade brasileira
  • 2004: Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação
  • 2003: A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo
  • 2002: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais que o Brasil necessita?
  • 2001: Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito?
  • 2000: Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional?
  • 1999: Cidadania e participação social
  • 1998: Viver e aprender

Qual a importância do repertório e das atualidades para a redação do Enem?

Um dos aspectos avaliados na redação é o repertório sociocultural, que contribui como argumento para a discussão proposta pelo tema.

Cuidado com repertórios coringas porque podem não se encaixar da maneira adequada no texto. Eles surgem como uma "falsa solução", já que sugerem a ideia de que podem ser utilizados em qualquer contexto. Mas há muitos casos em que acabam "sobrando", sem nexo, resultando na redução da nota.

Uma dica é estudar o repertório por meio de eixos temáticos. Ler livros e notícias, consumir filmes, séries, documentários, podcasts e praticar sua argumentação são maneiras de treinar para a redação e melhorar seus argumentos.

Redação do Enem x Vestibulares: semelhanças e diferenças

Os dois formatos têm critérios semelhantes como a norma culta da Língua Portuguesa, o repertório sobre o tema e a habilidade de argumentação. A introdução, nos dois casos, deve apresentar ao leitor o que será abordado. Também é importante evitar redundâncias, ser objetivo e claro.

Embora solicite um texto dissertativo-argumentativo como o Enem, os temas de redação dos grandes vestibulares, geralmente, propõem um assunto subjetivo e não uma situação-problema que necessita de solução.

Em alguns casos, pode ser que os vestibulares peçam para escrever uma narração, carta ou até mesmo um texto jornalístico. Por isso, vale a pena consultar os editais antes das provas!

A redação do Enem precisa ter entre 8 e 30 linhas, vale 1.000 pontos e não necessita de título. Geralmente apresenta temas relacionados às questões da sociedade brasileira e Direitos Humanos. Confira como ela se difere de algumas propostas de redação dos grandes vestibulares.

  • Fuvest: o título, geralmente, é obrigatório. Deve ter entre 20 e 30 linhas, e vale 50 pontos. Não tem proposta de intervenção e trabalha temas mais reflexivos e filosóficos (comportamento, sociedade e cultura).
  • Unicamp: são duas propostas de textos para que o candidato selecione e execute apenas uma opção. A avaliação leva em conta o cumprimento da proposta temática, a configuração do gênero (a sua situação de produção, circulação e interlocução), a qualidade da leitura dos textos oferecidos na prova, e a articulação coerente e coesa.
  • Unesp: A nota máxima de redação é 28 pontos. Espera-se que o candidato produza um texto dissertativo-argumentativo em prosa, coerente e coeso, a partir da leitura e compreensão de textos auxiliares, que servem como um referencial para ampliar os argumentos.
  • Uerj: o candidato deve compor uma redação dissertativo-argumentativa, em prosa, com o mínimo de 20 e o máximo de 30 linhas. São avaliados: a habilidade de leitura e interpretação para a reconstrução de textos, o domínio do gênero “dissertação”, a construção da argumentação, e o emprego de formas e estruturas linguísticas da norma padrão. Tem como base uma obra literária.

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Como é feita a correção da redação do Enem?

A redação do Enem é corrigida por dois avaliadores. Cada uma das competências pode ser avaliada com 200, 160, 120, 80, 40 ou 0 pontos. Cada avaliador atribui uma nota entre 0 e 200 pontos para cada uma das cinco competências.

A soma desses pontos gera a nota total de cada avaliador, que pode chegar a 1.000 pontos. A nota final do participante é a média aritmética das notas totais atribuídas pelos dois avaliadores.

O que acontece em caso de discrepância?

A discrepância ocorre quando as notas das competências têm diferença superior a 80 pontos ou as notas totais de cada avaliador diferem entre si em mais de 100 pontos.

Nesses casos, a redação é corrigida por um terceiro avaliador independente e a nota final é a média aritmética das duas notas totais que mais se aproximam. Caso a discrepância permaneça, a redação será avaliada por uma banca composta por três professores, que atribuirá a nota final do candidato.

O título da redação é avaliado?

O título da redação do Enem é opcional. Ele não é avaliado em relação às competências da matriz de referência, mas pode levar à nota zero caso apresente elementos que geram anulação e desrespeitam os direitos humanos.

Como é calculada a nota do Enem?

A nota das provas objetivas do Enem é calculada com base na famosa TRI (Teoria de Resposta ao Item), modelo matemático que divide as questões entre fáceis, médias e difíceis. Ele considera que é incoerente um estudante acertar uma questão difícil e errar uma fácil, por exemplo. 

Assim, por conta da TRI, o número de acertos e erros de um candidato acaba não tendo relação direta com a nota que ele vai obter na prova. Além disso, não é possível definir previamente quais são as notas mínimas e máximas nas provas objetivas.

Elas são calculadas considerando uma escala de 1.000 pontos, mas as notas mínimas e máximas variam ano a ano, considerando o nível geral de dificuldade da prova e o desempenho dos estudantes. 

Como ver minha nota do Enem?

Os resultados do Enem 2023 serão divulgados em 16 de janeiro de 2024. Para consultar a nota individual, é necessário acessar a Página do Participante, informar o número de inscrição e a senha cadastrada no sistema do Inep.

Os participantes treineiros do Enem 2023 poderão conferir o resultado para fins exclusivos de autoavaliação de conhecimentos 60 dias após a divulgação do resultado para os participantes regulares. Ou seja, em meados de março.

Entenda melhor a TRI (Teoria de Resposta ao Item) no Enem

A escala considera três parâmetros:

  • parâmetro de discriminação
    esse parâmetro serve para diferenciar os estudantes que dominam ou não a habilidade avaliada em cada questão.
  • parâmetro de dificuldade
    associa a dificuldade da questão ao valor dela. Assim, quanto mais difícil a questão, maior é o seu valor dentro da escala. Não estamos falando do peso, mas de valor na escala – questões mais baixas em posições mais baixas da “régua” e assim por diante.
  • parâmetro de acerto casual
    esse parâmetro é o do "chutômetro", pois mostra a probabilidade de um estudante acertar a questão no chute, mesmo sem dominar a habilidade da questão. Cada uma das questões da prova já tem seus três parâmetros definidos e, assim, suas posição na “régua” da escala de proficiência.

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Lisandra Matias

Jornalista pela PUC-SP e bacharel em Ciências Sociais pela USP, atua na área de educação há mais de 20 anos. Foi editora no Guia do Estudante, da Ed. Abril (2001-2018) e colaborou com Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo (Blue Studio), entre outros veículos.

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Jornalista pela PUC-SP e bacharel em Ciências Sociais pela USP, atua na área de educação há mais de 20 anos. Foi editora no Guia do Estudante, da Ed. Abril (2001-2018) e colaborou com Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo (Blue Studio), entre outros veículos.

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